Alto número de barragens são interditas no Estado de Minas Gerais
Após crime de Brumadinho, Vale tem 32 barragens interditadas em MG
Quase quatro meses após o crime socioambiental de Brumadinho (MG), ainda estão interditas as atividades de 32 barragens da mineradora Vale em Minas Gerais. O levantamento foi feito pela própria empresa responsável pelo rompimento da barragem Córrego do Feijão e mais duas estruturas – 4 e 4A – em Brumadinho. Grande parte não obteve declaração de estabilidade pelo auditor externo.
Segundo os dados da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), ainda existem 82 barragens de rejeitos localizadas no Alto Rio das Velhas e dessas 32, 16 não tem a estabilidade garantida, 30 são consideradas de “alto dano potencial” e 9 estão em processo de descomissionamento, conforme anúncio feito cinco dias após a tragédia de Brumadinho. Todas essas barragens são alteadas pelo método a montante, com maior risco de rompimento.
Marcus Vinícius Polignano, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Velhas), ouvido, nesse mês, pela CPI das Barragens da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) alertou para uma situação, no mínimo, preocupante quanto ao desaparecimento de municípios na Grande BH em função da ameaça de barragens que podem se romper.
Segundo ele, com a lei aprovada recentemente, as empresas têm três anos para fazer o descomissionamento das barragens. Entretanto, o próprio processo de descomissionamento envolve risco de rompimento.